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São Jerônimo, RS, Brazil
Somos trabalhadores da Doutrina Espírita, desenvolvendo um trabalho de caridade cristã focado no atendimento através de cirurgias espirituais.

quinta-feira, 6 de maio de 2021

 PIEDADE FILIAL

O mandamento "Honrar Pai e Mãe" é uma consequência da Lei de Caridade e de Amor ao próximo, porque não se pode amar o próximo sem amar o pai e a mãe. O termo honrar encerra um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Deus quer que ao amor que se deve ter pelos pais se junte o respeito, a atenção, a obediência e a paciência. Assim, é preciso ser mais caridoso e atencioso para com os pais do que para com o próximo de um modo geral. Deve-se ter também o mesmo carinho e atenção para com aqueles que assumem o papel de pai e mãe. O mérito desses pais será proporcional à dedicação que dispensarem a seus filhos não biológicos. Deus sempre pune com rigor toda violação a este mandamento.
Honrar Pai e Mãe não é somente respeitá-los, é, também, ajudá-los em suas necessidades. É proporcionar a eles o repouso na velhice, cercando-os de cuidados como eles fizeram conosco na infância.
É, principalmente, para com os pais sem recursos que se demonstra a verdadeira piedade filial. Existem filhos que julgam estar cumprindo o mandamento "honrar pai e mãe" dando-lhes apenas o necessário para que não morram de fome, enquanto eles não se privam de nada. Colocam seus pais nos piores cômodos da casa, só para não deixá-los na rua, reservando para si o que há de melhor e mais confortável. Menos mal, quando não o fazem de má vontade, obrigando os pais a fazerem os trabalhos domésticos pelo resto de suas vidas! Caberá aos pais velhos e fracos servirem aos filhos jovens e fortes? Quando eles ainda estavam no berço, sua mãe cobrou-lhes o leite que os alimentava? Contou quantas vezes deixou de dormir quando estavam doentes? Contou quantos passos deu para lhes proporcionar os cuidados necessários? Não.
O que os filhos devem a seus pais pobres não é só o estritamente necessário. Devem dar a eles as pequenas alegrias do supérfluo, as atenções, os cuidados carinhosos, pois estarão apenas retribuindo o amor que receberam e pagando uma dívida sagrada! Essa é a única piedade filial aceita por Deus.
Infeliz daquele que esquece sua dívida para aqueles que o sustentaram na infância, aqueles que com a vida material lhe deram também a vida moral e que, muitas vezes, se submeteram a duras privações para lhe assegurar o bem-estar.  Infeliz do ingrato, porque será punido com a ingratidão e o abandono. Será atingido em suas afeições mais caras, algumas vezes já na vida presente, mas, certamente, em outras existências em que sofrerá o que fez os outros sofrerem. 
É bem verdade que alguns pais descuidam-se de seus filhos e não são para eles o que deveriam ser. Cabe a Deus puni-los. Não cabe aos filhos censurá-los, porque, talvez, eles mesmos fizessem por merecer pais assim. Se a Lei da Caridade manda pagar o mal com o bem, ser indulgente para com as imperfeições alheias, não maldizer seu próximo, esquecer e perdoar as faltas e amar até mesmo os inimigos, quanto maior não deverão ser as obrigações em relação aos pais? Os filhos devem, portanto, tomar como regra de conduta para com os pais, todos os ensinamentos que Jesus recomenda para com o próximo; também devem estar cientes de que toda conduta condenável em relação a estranhos é ainda mais condenável em relação aos pais. O erro que se comete em relação a estranhos pode ser considerado apenas uma falta leve, mas o mesmo erro cometido em relação aos pais pode ser considerado um crime, pois nesse caso, existe falta de caridade e ingratidão.

Evangelho Segundo o Espiritismo
Cap. 14 - Item 3